Jó
O Livro de Jó (em hebraico: אִיוֹב, Iyov) é um dos livros da seção dos "Escritos" (Ketuvim) da Bíblia hebraica (Tanach) e o primeiro dos livros poéticos do Antigo Testamento da Bíblia cristã. Jó endereça o problema da teodiceia — a justificação da justiça de Deus à luz do sofrimento da humanidade — e é uma rica obra teológica que apresenta diversas perspectivas sobre a questão. O texto tem sido amplamente elogiado por suas qualidades, com Alfred Tennyson chamando-o de "o maior poema dos tempos antigos e modernos".
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Capítulo 40
1 : Então o SENHOR respondeu mais a Jó, dizendo:
2 : Por acaso quem briga contra o Todo-Poderoso pode ensiná-lo? Quem quer repreender a Deus, responda a isto.
3 : Então Jó respondeu ao SENHOR, dizendo:
4 : Eis que eu sou insignificante; o que eu te responderia? Ponho minha mão sobre minha boca.
5 : Uma vez falei, porém não responderei; até duas vezes, porém não prosseguirei.
6 : Então o SENHOR respondeu a Jó desde o redemoinho, dizendo:
7 : Cinge-te agora os teus lombos como homem; eu te perguntarei, e tu me explica.
8 : Por acaso tu anularias o meu juízo? Tu me condenarias, para te justificares?
9 : Tens tu braço como Deus? Ou podes tu trovejar com [tua] voz como ele?
10 : Orna-te, pois, de excelência e alteza; e veste-te de majestade e glória.
11 : Espalha os furores de tua ira; olha a todo soberbo, e abate-o.
12 : Olha a todo soberbo, e humilha-o; e esmaga aos perversos em seu lugar.
13 : Esconde-os juntamente no pó; ata seus rostos no oculto.
14 : E eu também te reconhecerei; pois tua mão direita te terá livrado.
15 : Observa o beemote, ao qual eu fiz contigo; ele come erva come como o boi.
16 : Eis que sua força está em seus lombos, e seu poder na musculatura de seu ventre.
17 : Ele torna sua cauda dura como o cedro, e os nervos de suas coxas são entretecidos.
18 : Seus ossos são [como] tubos de bronze; seus membros, como barras de ferro.
19 : Ele é a obra-prima dos caminhos de Deus; aquele que o fez o proveu de sua espada.
20 : Pois os montes lhe produzem pasto; por isso todos os animais do campo ali se alegram.
21 : Ele se deita debaixo das árvores sombrias; no esconderijo das canas e da lama.
22 : As árvores sombrias o cobrem, cada uma com sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam.
23 : Ainda que o rio se torne violento, ele não se apressa; confia ainda que o Jordão transborde até sua boca.
24 : Poderiam, por acaso, capturá-lo à vista de seus olhos, [ou] com laços furar suas narinas?