O Livro de Jó (em hebraico: אִיוֹב, Iyov) é um dos livros da seção dos "Escritos" (Ketuvim) da Bíblia hebraica (Tanach) e o primeiro dos livros poéticos do Antigo Testamento da Bíblia cristã. Jó endereça o problema da teodiceia — a justificação da justiça de Deus à luz do sofrimento da humanidade — e é uma rica obra teológica que apresenta diversas perspectivas sobre a questão. O texto tem sido amplamente elogiado por suas qualidades, com Alfred Tennyson chamando-o de "o maior poema dos tempos antigos e modernos".

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Capítulo 39

1 : Sabes tu o tempo em que as cabras montesas dão filhotes? Ou observaste tu as cervas quando em trabalho de parto?

2 : Contaste os meses que elas cumprem, e sabes o tempo de seu parto?

3 : Quando se encurvam, produzem seus filhos, [e] lançam de si suas dores.

4 : Seus filhos se fortalecem, crescem como o trigo; saem, e nunca mais voltam a elas.

5 : Quem despediu livre ao asno montês? E quem ao asno selvagem soltou das ataduras?

6 : Ao qual eu dei a terra desabitada por casa, e a terra salgada por suas moradas.

7 : Ele zomba do tumulto da cidade; não ouve os gritos do condutor.

8 : A extensão dos montes é seu pasto; e busca tudo o que é verde.

9 : Por acaso o boi selvagem quererá te servir, ou ficará junto de tua manjedoura?

10 : Ou amarrarás ao boi selvagem com sua corda para o arado? Ou lavrará ele aos campos atrás de ti?

11 : Confiarás nele, por ser grande sua força, e deixarás que ele faça teu trabalho?

12 : Porás tua confiança nele, para que ele colha tua semente, e a junte em tua eira?

13 : As asas da avestruz batem alegremente, mas são suas asas e penas como as da cegonha?

14 : Ela deixa seus ovos na terra, e os esquenta no chão,

15 : E se esquece de que pés podem os pisar, e os animais do campo [podem] os esmagar.

16 : Age duramente para com seus filhos, como se não fossem seus, sem temer que seu trabalho tenha sido em vão.

17 : Porque Deus a privou de sabedoria, e não lhe repartiu entendimento.

18 : Porém quando se levanta para correr, zomba do cavalo e do seu cavaleiro.

19 : És tu que dás força ao cavalo, ou que vestes seu pescoço com crina?

20 : Podes tu o espantar como a um gafanhoto? O sopro de suas narinas é terrível.

21 : Ele escarva a terra, alegra-se de sua força, [e] sai ao encontro das armas;

22 : Ele zomba do medo, e não se espanta; nem volta para trás por causa da espada.

23 : Contra ele rangem a aljava, o ferro brilhante da lança e do dardo;

24 : Sacudido-se com furor, ele escarva a terra; ele não fica parado ao som da trombeta.

25 : Ao som das trombetas diz: Eia! E desde longe cheira a batalha, o grito dos capitães, e o barulho.

26 : Por acaso é por tua inteligência que o gavião voa, [e] estende suas asas para o sul?

27 : Ou é por tua ordem que a água voa alto e põe seu ninho na altura?

28 : Nas penhas ela mora e habita; no cume das penhas, e em lugares seguros.

29 : Desde ali espia a comida; seus olhos avistam de longe.

30 : Seus filhotes sugam sangue; e onde houver cadáveres, ali ela está.