O Livro de Jó (em hebraico: אִיוֹב, Iyov) é um dos livros da seção dos "Escritos" (Ketuvim) da Bíblia hebraica (Tanach) e o primeiro dos livros poéticos do Antigo Testamento da Bíblia cristã. Jó endereça o problema da teodiceia — a justificação da justiça de Deus à luz do sofrimento da humanidade — e é uma rica obra teológica que apresenta diversas perspectivas sobre a questão. O texto tem sido amplamente elogiado por suas qualidades, com Alfred Tennyson chamando-o de "o maior poema dos tempos antigos e modernos".

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Capítulo 37

1 : Disto também o meu coração treme, e salta de seu lugar.

2 : Ouvi atentamente o estrondo de sua voz, e o som que sai de sua boca,

3 : Ao qual envia por debaixo de todos os céus; e sua luz até os confins da terra.

4 : Depois disso brama com estrondo; troveja com sua majestosa voz; e ele não retém [seus relâmpagos] quando sua voz é ouvida.

5 : Deus troveja maravilhosamente com sua voz; ele faz coisas tão grandes que nós não compreendemos.

6 : Pois ele diz à neve: Cai sobre à terra; Como também à chuva: Sê chuva forte.

7 : Ele sela as mãos de todo ser humano, para que todas as pessoas conheçam sua obra.

8 : E os animais selvagens entram nos esconderijos, e ficam em suas tocas.

9 : Da recâmara vem o redemoinho, e dos [ventos] que espalham [vem] o frio.

10 : Pelo sopro de Deus se dá o gelo, e as largas águas se congelam.

11 : Ele também carrega de umidade as espessas nuvens, [e] por entre as nuvens ele espalha seu relâmpago.

12 : Então elas se movem ao redor segundo sua condução, para que façam quanto ele lhes manda sobre a superfície do mundo, na terra;

13 : Seja que ou por vara de castigo, ou para sua terra, ou por bondade as faça vir.

14 : Escuta isto, Jó; fica parado, e considera as maravilhas de Deus.

15 : Por acaso sabes tu quando Deus dá ordem a elas, e faz brilhar o relâmpago de sua nuvem?

16 : Conheces tu os equilíbrios das nuvens, as maravilhas daquele que é perfeito no conhecimento?

17 : Tu, cujas vestes se aquecem quando a terra se aquieta por causa do [vento] sul,

18 : acaso podes estender com ele os céus, que estão firmes como um espelho fundido?

19 : Ensina-nos o que devemos dizer a ele; [pois discurso] nenhum podemos propor, por causa das [nossas] trevas.

20 : Seria contado a ele o que eu haveria de falar? Por acaso alguém falaria para ser devorado?

21 : E agora não se pode olhar para o sol, quando brilha nos céus, quando o vento passa e os limpa.

22 : Do norte vem o esplendor dourado; em Deus há majestade temível.

23 : Não podemos alcançar ao Todo-Poderoso; ele é grande em poder; porém ele a ninguém oprime [em] juízo e grandeza de justiça.

24 : Por isso as pessoas o temem; ele não dá atenção aos que [se acham] sábios de coração.