Jó
O Livro de Jó (em hebraico: אִיוֹב, Iyov) é um dos livros da seção dos "Escritos" (Ketuvim) da Bíblia hebraica (Tanach) e o primeiro dos livros poéticos do Antigo Testamento da Bíblia cristã. Jó endereça o problema da teodiceia — a justificação da justiça de Deus à luz do sofrimento da humanidade — e é uma rica obra teológica que apresenta diversas perspectivas sobre a questão. O texto tem sido amplamente elogiado por suas qualidades, com Alfred Tennyson chamando-o de "o maior poema dos tempos antigos e modernos".
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Capítulo 27
1 : E Jó prosseguiu em falar seu discurso, e disse:
2 : Vive Deus, que tirou meu direito, o Todo-Poderoso, que amargou minha alma,
3 : Que enquanto meu fôlego estiver em mim, e o sopro de Deus em minhas narinas,
4 : Meus lábios não falarão injustiça, nem minha língua pronunciará engano.
5 : Nunca aconteça que eu diga que vós estais certos; até eu morrer nunca tirarei de mim minha integridade.
6 : Eu me apegarei à minha justiça, e não a deixarei ir; meu coração não terá de que me acusar enquanto eu viver.
7 : Seja meu inimigo como o perverso, e o que se levantar contra mim como o injusto.
8 : Pois qual é a esperança do hipócrita quando ele for cortado, quando Deus arrancar sua alma?
9 : Por acaso Deus ouvirá seu clamor quando a aflição vier sobre ele?
10 : Ele se deleitará no Todo-Poderoso? Invocará a Deus a todo tempo?
11 : Eu vos ensinarei acerca da mão de Deus; não esconderei o que há com o Todo-Poderoso.
12 : Eis que todos vós tendes visto [isso] ; então por que vos deixais enganar por ilusão?
13 : Esta é a porção do homem perverso para com Deus, a herança que os violentos receberão do Todo-Poderoso:
14 : Se seus filhos se multiplicarem, serão para a espada; e seus descendentes não se fartarão de pão;
15 : Os que lhe restarem, pela praga serão sepultados; e suas viúvas não chorarão.
16 : Se ele amontoar prata como o pó da terra, e se preparar roupas como lama,
17 : Mesmo ele tendo preparado, é o justo que se vestirá, e o inocente repartirá a prata.
18 : Ele constrói sua casa como a traça, como uma barraca feita por um vigilante.
19 : O rico dormirá, mas não será recolhido; ele abrirá seus olhos, e nada mais há para si.
20 : Medos o tomarão como águas; um turbilhão o arrebatará de noite.
21 : O vento oriental o levará, e ele partirá; e toma-o de seu lugar.
22 : E o atacará sem o poupar, [enquanto] ele tenta fugir de seu poder.
23 : Baterá palmas por causa dele, e desde seu lugar lhe assoviará.