O Livro de Jó (em hebraico: אִיוֹב, Iyov) é um dos livros da seção dos "Escritos" (Ketuvim) da Bíblia hebraica (Tanach) e o primeiro dos livros poéticos do Antigo Testamento da Bíblia cristã. Jó endereça o problema da teodiceia — a justificação da justiça de Deus à luz do sofrimento da humanidade — e é uma rica obra teológica que apresenta diversas perspectivas sobre a questão. O texto tem sido amplamente elogiado por suas qualidades, com Alfred Tennyson chamando-o de "o maior poema dos tempos antigos e modernos".

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Capítulo 24

1 : Por que os tempos não são marcados pelo Todo-Poderoso? Por que os que o conhecem não veem seus dias?

2 : Há os que mudam os limites de lugar, roubam rebanhos, e os apascentam.

3 : Levam o asno do órfão; penhoram o boi da viúva.

4 : Desviam do caminho aos necessitados; os pobres da terra juntos se escondem.

5 : Eis que como asnos selvagens no deserto eles saem a seu trabalho buscando insistentemente por comida; o deserto dá alimento a ele [e a seus] filhos.

6 : No campo colhem sua forragem, e vindimam a vinha do perverso.

7 : Passam a noite nus, por falta de roupa; sem terem coberta contra o frio.

8 : Pelas correntes das montanhas são molhados e, não tendo abrigo, abraçam-se às rochas.

9 : [Há os que] arrancam ao órfão do peito, e do pobre tomam penhor.

10 : Ao nus fazem andar sem vestes, e fazem os famintos carregarem feixes.

11 : Entre suas paredes espremem o azeite; pisam nas prensas de uvas, e [ainda] têm sede.

12 : Desde a cidade as pessoas gemem, e as almas dos feridos clamam; Mas Deus não dá atenção ao erro.

13 : Há os que se opõem à luz; não conhecem seus caminhos, nem permanecem em suas veredas.

14 : De manhã o homicida se levanta, mata ao pobre e ao necessitado, e de noite ele age como ladrão.

15 : O olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Olho nenhum me verá; E esconde seu rosto.

16 : Nas trevas vasculham as casas, de dia eles se trancam; não conhecem a luz.

17 : Porque a manhã é para todos eles como sombra de morte; pois são conhecidos dos pavores de sombra de morte.

18 : Ele é ligeiro sobre a superfície das águas; maldita é sua porção sobre a terra; não se vira para o caminho das vinhas.

19 : A seca e o calor desfazem as águas da neve; assim [faz] o Xeol aos que pecaram.

20 : A mãe se esquecerá dele; doce será para os vermes; nunca mais haverá memória [dele] , e a perversidade será quebrada como um árvore.

21 : Aflige à mulher estéril, [que] não dá à luz; e nenhum bem faz à viúva.

22 : Mas [Deus] arranca aos poderosos com seu poder; [quando] Deus se levanta, não há vida segura.

23 : Se ele lhes dá descanso, nisso confiam; [mas] os olhos de [Deus] estão [postos] nos caminhos deles.

24 : São exaltados por um pouco [de tempo] ,mas [logo] desaparecem; são abatidos, encerrados como todos, e cortados como cabeças das espigas.

25 : Se não é assim, quem me desmentirá, ou anulará minhas palavras?