Jó
O Livro de Jó (em hebraico: אִיוֹב, Iyov) é um dos livros da seção dos "Escritos" (Ketuvim) da Bíblia hebraica (Tanach) e o primeiro dos livros poéticos do Antigo Testamento da Bíblia cristã. Jó endereça o problema da teodiceia — a justificação da justiça de Deus à luz do sofrimento da humanidade — e é uma rica obra teológica que apresenta diversas perspectivas sobre a questão. O texto tem sido amplamente elogiado por suas qualidades, com Alfred Tennyson chamando-o de "o maior poema dos tempos antigos e modernos".
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Capítulo 13
1 : Eis que meus olhos têm visto tudo [isto] ; meus ouvidos o ouviram, e entenderam.
2 : Assim como vós o sabeis, eu também o sei; não sou inferior a vós.
3 : Mas eu falarei com o Todo-Poderoso, e quero me defender para com Deus.
4 : Pois na verdade vós sois inventores de mentiras; todos vós sois médicos inúteis.
5 : Bom seria se vos calásseis por completo, pois seria sabedoria de vossa parte.
6 : Ouvi agora meu argumento, e prestai atenção aos argumentos de meus lábios.
7 : Por acaso falareis perversidade por Deus, e por ele falareis engano?
8 : Fareis acepção de sua pessoa? Brigareis em defesa de Deus?
9 : Seria bom [para vós] se ele vos investigasse? Enganareis a ele como se engana a algum homem?
10 : Certamente ele vos repreenderá, se em oculto fizerdes acepção de pessoas.
11 : Por acaso a majestade dele não vos espantará? E o temor dele não cairá sobre sobre vós?
12 : Vossos conceitos são provérbios de cinzas; vossas defesas são como defesas de lama.
13 : Calai-vos diante de mim, e eu falarei; e venha sobre mim o que vier.
14 : Por que tiraria eu minha carne com meus dentes, e poria minha alma em minha mão?
15 : Eis que, ainda que ele me mate, nele esperarei; porém defenderei meus caminhos diante dele.
16 : Ele mesmo será minha salvação; pois o hipócrita não virá perante ele.
17 : Ouvi com atenção minhas palavras, e com vossos ouvidos minha declaração.
18 : Eis que já tenho preparado minha causa; sei que serei considerado justo.
19 : Quem é o que brigará comigo? Pois então eu me calaria e morreria.
20 : Somente duas coisas não faças comigo; então eu não me esconderei de teu rosto:
21 : Afasta tua mão de sobre mim, e teu terror não me espante.
22 : Chama, e eu responderei; ou eu falarei, e tu me responde.
23 : Quantas culpas e pecados eu tenho? Faze-me saber minha transgressão e meu pecado.
24 : Por que escondes teu rosto, e me consideras teu inimigo?
25 : Por acaso quebrarás a folha arrebatada [pelo vento] ? E perseguirás a palha seca?
26 : Por que escreves contra mim amarguras, e me fazes herdar as transgressões de minha juventude?
27 : Também pões meus pés no tronco, e observas todos os meus caminhos. Tu pões limites às solas dos meus pés.
28 : Eu me consumo como a podridão, como uma roupa que a traça rói.