João

O Evangelho segundo João (em grego: Τὸ κατὰ Ἰωάννην εὐαγγέλιον, transl.: Tò katà Iōánnēn euangélion), também referido como Evangelho de João, o Quarto Evangelho ou simplesmente João, é um dos quatro Evangelhos canônicos no Novo Testamento. Ele tradicionalmente está posicionado como o quarto Evangelho, sucedendo aos Evangelhos sinóticos de Mateus, Marcos e Lucas.

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Capítulo 11

1 : E estava doente um certo Lázaro, de Betânia, a aldeia de Maria e de sua irmã Marta.

2 : (E era Maria a que ungiu ao Senhor com o óleo, e com seus cabelos lhe limpou os pés; [a que] cujo irmão Lázaro era o que estava doente).

3 : Enviaram pois suas irmãs [uma mensagem] a ele, dizendo: Senhor, eis que aquele a quem [tu] amas está doente.

4 : E ouvindo Jesus, disse: Esta doença não é para morte, mas para glória de Deus; para que o Filho de Deus seja por ela glorificado.

5 : E Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.

6 : Quando, pois, ele ouviu que estava doente, ficou ainda dois dias no lugar onde estava.

7 : Então depois disto voltou a dizer aos discípulos: Vamos outra vez à Judeia.

8 : Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os Judeus procuravam te apedrejar; e tu voltas novamente para lá?

9 : Respondeu Jesus: Não há doze horas no dia? Se alguém anda de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo.

10 : Mas se alguém anda de noite, tropeça; porque nele não há luz.

11 : Ele falou estas coisas; e depois disto, disse-lhes: Lázaro, nosso amigo, dorme; mas vou para despertá-lo do sono.

12 : Disseram pois seus discípulos: Senhor, se [ele] dorme, será salvo.

13 : Mas Jesus dizia [isto] de sua morte; porém eles pensavam que falava do repouso do sono.

14 : Então pois lhes disse Jesus claramente: Lázaro está morto.

15 : E me alegro, por causa de vós, que eu não estivesse lá, para que creiais; porém vamos até ele.

16 : Disse pois Tomé, chamado o Dídimo, aos colegas discípulos: Vamos nós também, para que com ele morramos.

17 : Vindo pois Jesus, encontrou que já havia quatro dias que estava na sepultura.

18 : (E Betânia era como quase quinze estádios de Jerusalém).

19 : E muitos dos judeus tinham vindo até Marta e Maria, para consolá-las por seu irmão.

20 : Ouvindo pois Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; mas Maria ficou sentada em casa.

21 : Disse pois Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.

22 : Porém também sei agora, que tudo quanto pedires a Deus, Deus o dará a ti.

23 : Disse-lhe Jesus: Teu irmão ressuscitará.

24 : Marta lhe disse: Eu sei que ele ressuscitará, na ressurreição, no último dia.

25 : Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição, e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.

26 : E todo aquele que vive, e crê em mim, para sempre não morrerá. Crês nisto?

27 : Disse-lhe ela: Sim, Senhor; já cri que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que viria ao mundo.

28 : E dito isto, [ela] se foi, e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: Aqui está o Mestre, e ele te chama.

29 : Ouvindo ela [isto] ,logo se levantou, e foi até ele.

30 : (Porque Jesus ainda não havia chegado à aldeia; mas estava no lugar onde Marta lhe saíra ao encontro).

31 : Vendo pois os judeus que com ela estavam em casa, e a consolavam, que Maria com pressa se levantara, e saíra, seguiram-na, dizendo: Ela vai para a sepultura, para chorar lá.

32 : Vindo pois Maria aonde Jesus estava, e vendo-o, caiu a seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.

33 : Quando Jesus a viu chorar, e aos judeus, que vinham chorando com ela, comoveu-se em espírito, e ficou perturbado.

34 : E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê.

35 : Jesus chorou.

36 : Disseram pois os Judeus: Vede como ele o amava!

37 : E alguns deles disseram: Não podia este, que abriu os olhos ao cego, ter feito também que este não morresse?

38 : Comovendo-se pois Jesus outra vez em si mesmo, veio à sepultura; e era [esta] uma caverna, e estava uma pedra posta sobre ela.

39 : Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, a irmã do morto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias.

40 : Jesus disse-lhe: Não te disse, que se creres, verás a glória de Deus?

41 : Tiraram, pois, a pedra de onde o morto jazia. E Jesus levantou os olhos para cima, e disse: Pai, graças te dou, porque me tens ouvido.

42 : Porém eu bem sabia que sempre me ouves; mas por causa da multidão, que está ao redor, [assim] disse; para que creiam que tu me enviaste.

43 : E havendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai fora.

44 : E o que estava morto saiu, [com] as mãos e os pés atados, e seu rosto envolto em um lenço. Disse-lhes Jesus: Desatai-o, e deixai-o ir.

45 : Pelo que, muitos dos Judeus, que tinham vindo a Maria, e haviam visto o que Jesus fizera, creram nele.

46 : Mas alguns deles foram aos fariseus, e lhes disseram o que Jesus havia feito.

47 : Então os sacerdotes e os fariseus juntaram o supremo conselho, e disseram: Que faremos? Porque este homem faz muitos sinais.

48 : Se assim o deixamos, todos crerão nele, e virão os romanos, e nos tomarão tanto o lugar quanto a nação.

49 : E Caifás, um deles, que era sumo sacerdote daquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis;

50 : Nem considerais que nos convém, que um homem morra pelo povo, e toda a nação não pereça.

51 : E ele não disse isto de si mesmo; mas que, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizou que Jesus morreria pelo povo.

52 : E não somente por aquele povo, mas também para que juntasse em um aos filhos de Deus, que estavam dispersos.

53 : Então desde aquele dia se aconselhavam juntos para o matarem.

54 : De maneira que Jesus já não andava mais abertamente entre os judeus, mas foi-se dali para a terra junto ao deserto, a uma cidade chamada Efraim; e ali andava com seus discípulos.

55 : E estava perto a páscoa dos judeus, e muitos daquela terra subiram a Jerusalém antes da páscoa, para se purificarem.

56 : Buscavam pois a Jesus, e diziam uns aos outros estando no Templo: Que vos parece? Que ele não virá à festa?

57 : E os sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem de que, se alguém soubesse onde ele estava, o denunciasse, para que o pudessem prender.