Jó
O Livro de Jó (em hebraico: אִיוֹב, Iyov) é um dos livros da seção dos "Escritos" (Ketuvim) da Bíblia hebraica (Tanach) e o primeiro dos livros poéticos do Antigo Testamento da Bíblia cristã. Jó endereça o problema da teodiceia — a justificação da justiça de Deus à luz do sofrimento da humanidade — e é uma rica obra teológica que apresenta diversas perspectivas sobre a questão. O texto tem sido amplamente elogiado por suas qualidades, com Alfred Tennyson chamando-o de "o maior poema dos tempos antigos e modernos".
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Capítulo 11
1 : Então Zofar, o naamita, respondeu, dizendo:
2 : Por acaso a multidão de palavras não seria respondida? E o homem falador teria razão?
3 : Por acaso tuas palavras tolas faria as pessoas se calarem? E zombarias tu, e ninguém te envergonharia?
4 : Pois disseste: Minha doutrina é pura, e eu sou limpo diante de teus olhos.
5 : Mas na verdade, queria eu que Deus falasse, e abrisse seus lábios contra ti,
6 : E te fizesse saber os segredos da sabedoria, porque o verdadeiro conhecimento tem dois lados; por isso sabe tu que Deus tem te castigado menos que [mereces] por tua perversidade.
7 : Podes tu compreender os mistérios de Deus? Chegarás tu à perfeição do Todo-Poderoso?
8 : [Sua sabedoria] é mais alta que os céus; que tu poderás fazer? E mais profunda que o Xeol; que tu poderás conhecer?
9 : Sua medida é mais comprida que a terra, e mais larga que o mar.
10 : Se ele passar, e prender, ou se ajuntar [para o julgamento] ,quem poderá o impedir?
11 : Pois ele conhece as pessoas vãs, e vê a maldade; por acaso ele não a consideraria?
12 : O homem tolo se tornará entendido quando do asno selvagem nascer um humano.
13 : Se tu preparares o teu coração, e estenderes a ele tuas mãos;
14 : Se alguma maldade houver em tua mão, lança-a de ti, e não deixes a injustiça habitar em tuas tendas;
15 : Então levantarás teu rosto sem mácula; estarás firme, e não temerás;
16 : E esquecerás teu sofrimento, [ou] lembrarás dele como de águas que já passaram;
17 : E [tua] vida será mais clara que o meio-dia; ainda que haja trevas, tu serás como o amanhecer.
18 : E serás confiante, porque haverá esperança; olharás em redor, [e] repousarás seguro.
19 : E te deitarás, e ninguém te causará medo; e muitos suplicarão a ti.
20 : Porém os olhos dos maus se enfraquecerão, e o refúgio deles perecerá; a esperança deles será a morte.