Eclesiastes

Ecclesiastes (em hebraico: קֹהֶלֶת, qōheleṯ; em grego: Ἐκκλησιαστής, Ekklēsiastēs) é o terceiro livro da terceira seção (Ketuvim) da Bíblia hebraica e um dos livros poéticos e sapienciais do Antigo Testamento da Bíblia cristã. O título "Eclesiastes" é uma transliteração da tradução grega do termo hebraico Kohelet (ou Qohelet), que significa "aquele que reúne", mas que é tradicionalmente traduzido como "professor" ou "pregador" nas traduções da Bíblia em português, o pseudônimo utilizado pelo autor do livro.

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Capítulo 10

1 : [Assim como] as moscas mortas fazem cheirar mal do óleo do perfumador, [assim também] um pouco de tolice se sobrepõe à sabedoria e honra.

2 : O coração do sábio [está] à sua direita; mas o coração do tolo [está] à sua esquerda.

3 : E até quando o tolo vai pelo caminho, falta-lhe [bom-senso em seu] coração, e diz a todos que é ele é tolo.

4 : Se o espírito de um chefe se levantar contra ti, não deixes teu lugar, porque a calma aquieta grandes ofensas.

5 : Há um mal que vi abaixo do sol, um [tipo de] erro que é proveniente dos que têm autoridade:

6 : Põem o tolo em cargos elevados, mas os ricos sentam em lugares baixos.

7 : Vi servos a cavalo, e príncipes que andavam [a pé] como [se fossem] servos sobre a terra.

8 : Quem cavar uma cova, nela cairá; e quem romper um muro, uma cobra o morderá.

9 : Quem extrai pedras, por elas será ferido; e quem parte lenha, correrá perigo por ela.

10 : Se o ferro está embotado, e não afiar o corte, então deve se pôr mais forças; mas a sabedoria é proveitosa para se ter sucesso.

11 : Se a cobra morder sem estar encantada, então proveito nenhum tem a fala do encantador.

12 : As palavras da boca do sábio são agradáveis; porém os lábios do tolo o devoram.

13 : O princípio das palavras de sua boca é tolice; e o fim de sua boca [é] uma loucura ruim.

14 : O tolo multiplica as palavras, [porém] ninguém sabe o que virá no futuro; e quem lhe fará saber o que será depois dele?

15 : O trabalho dos tolos lhes traz cansaço, porque não sabem ir à cidade.

16 : Ai de ti, ó terra cujo rei é um menino, e cujos príncipes comem pela madrugada!

17 : Bem-aventurada é tu, ó terra, cujo rei é filho de nobres, e cujos príncipes comem no tempo [devido] , para se fortalecerem, e não para se embebedarem!

18 : Pela muita preguiça o teto se deteriora; e pala frouxidão das mãos a casa tem goteiras.

19 : Para rir se fazem banquetes, e o vinho alegra aos vivos; mas o dinheiro responde por tudo.

20 : Nem mesmo em pensamento amaldiçoes ao rei, nem também no interior de teu quarto amaldiçoes ao rico, porque as aves dos céus levam o que foi falado, e os que tem asas contam o que foi dito.